Energia e Transportes produzem metade das emissões de gases

6 de junho de 2023 por

Em Portugal, a energia e os transportes são os setores que mais contribuem na emissão de gases com efeitos de estufa, sendo responsáveis por cerca de metade dessas emissões. Estes dados seguem a analogia com a União Europeia.

No que diz respeito ao setor dos resíduos, o nosso país tem um pior desempenho do que a média da União Europeia, que ronda um contributo das emissões de 3%. Em Portugal, o setor contribui para cerca de 9% das emissões totais de gases com efeito de estufa. 

O dados foram reportados no Dia Mundial do Ambiente - celebrado na passada segunda-feira, 5 de junho - pela Pordata. Num retrato da situação ambiental do país, a análise divulgada conta com base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente

A análise indica que a produção de resíduos “per capita” tem vindo a aumentar, com Portugal a distanciar-se da União Europeia nesta matéria. Se em Portugal o aumento de produção, desde 1995, foi de 46%, na UE não foi além dos 12%.

Por outro lado, o nosso país tem tido um desempenho geral positivo no corte de emissões, estando melhor posicionado em termos gerais do que a média da União Europeia: uma redução de 35% face a 2005, contra 24% da média da UE. Abaixo desta média, além de Portugal, estão França, Croácia, Hungria, Letónia, Roménia, Suécia, Itália e Malta, com a maior redução. O Luxemburgo é, dos restantes países (acima da média europeia), o que tem valores de redução comparativamente menores.




No que diz respeito ao contributo de cada setor para as emissões de GEE, a evolução comparativa de Portugal e da média da UE, de 1990 a 2020, mostra evoluções similares de diminuição nas indústrias transformadoras e construção, mas de aumento de emissões nos transportes. Nas indústrias da energia, Portugal desceu mais do que a UE, nos processos industriais e na agricultura subiu mais, e nos resíduos tem estado sempre bem acima da UE.

A Pordata nota na análise que face a 2005, e apesar das oscilações, as emissões de GEE têm baixado na generalidade dos setores, em Portugal e na UE, com exceção da agricultura em Portugal, cujas emissões de GEE aumentaram 4,7%.

Na área da energia, apesar dos ganhos nas renováveis, a energia fóssil representa 65% do cabaz (repartição pelas diferentes fontes da energia aprovisionada), com 40,6% vinda do petróleo e 23,6% do gás natural, em 2021. Face a 2000 o peso do carvão baixou de 15% para menos de 1% e o petróleo caiu mais de 20 pontos percentuais, com crescimento do gás natural e das renováveis.

Nota-se positivo é o peso das energias renováveis na produção de energia elétrica. Em 2021 64,9% da produção vinha de fontes renováveis. Desde 2018, destaca o Pordata, mais de metade da produção elétrica tem como fonte as energias renováveis.


Fonte: Diário do Minho

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