Carregamentos mais rápidos e menos autonomia: será esta a solução para os elétricos?

4 de agosto de 2022 por

A autonomia é uma das questões que mais inquieta os condutores na hora de optar por um veículo elétrico. De forma a colmatar esta questão, tem sido notório um esforço das marcas em lançar veículos com cada vez maior autonomia. No entanto, a estabilização da transição energética pode exigir uma estratégia oposta.

Segundo um estudo recente da Reuters, os principais fabricantes de automóveis procuram alcançar (e até superar) os 500 km de autonomia com uma carga. Há, no entanto, um novo movimento: a aposta em acumuladores menores, de maior durabilidade e com uma recarga mais rápida. Muitas das empresas que desenvolvem tecnologia de baterias fazem-no de modo a que a autonomia seja um fator cada vez menos importante. A prioridade é precisamente alternar o foco para os carregadores, de modo a que se tornem cada vez mais rápidos e com uma rede maior. Desta forma, a popularidade dos elétricos pode crescer significativamente.

Inicialmente, os primeiros adotantes de mobilidade elétrica elegeram a autonomia como a caraterística mais importante. No entanto, tal resultou em preços elevados para este tipo de veículos. Para uma adoção no mercado de massa, o custo passa a tratar-se da caraterística de maior realce, o que implica o uso de baterias menores.

Assim, a solução pode prender-se na procura de baterias que sejam menores mas que recarreguem de forma mais rápida. Várias start-ups encontram-se já em fases de teste com novos materiais, como silício, tungsténio e nióbio. Empresas ocidentais como Nyobolt e Echion Technologies estão atualmente a explorar novos componentes que permitam testar este tipo de baterias.

No mercado chinês, veículos como o MINI EV, da joint-venture SAIC-Wuling-GM, alcançaram a popularidade devido ao facto de serem opções muito mais acessíveis para a população em geral (já noticiado aqui no CLICXblog). Este veículo alcançou já mais de 600.000 unidades vendidas em apenas dois anos de mercado. Também as autonomias deste tipo de veículos são significativamente menores que os típicos 500 km.

Novas composições químicas que permitam a construção de baterias de modo carregar em breves minutos podem tornar-se a solução para a plena integração dos veículos elétricos no mercado. Também a durabilidade é um fator chave uma vez que o carregamento ultrarrápido acaba por sobrecarregar mais os acumuladores. Desta forma, prevê-se um esforço dos fabricantes para que as baterias se tornem mais pequenas, mais baratas, duráveis e com capacidades de carregamento semelhantes a abastecer um veículo a combustão - desde que as redes de carregamento continuem em rápida expansão.


Fonte: Reuters


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